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Imunodeficiência felina. A “SIDA dos gatos” é transmissível aos humanos?

Conhecida como “SIDA dos gatos”, a imunodeficiência felina é, na verdade, uma doença provocada por um vírus diferente do HIV. Mas é possível ser transmitida entre gatos e humanos?

8 Nov 2022 - 09:29

Imunodeficiência felina. A “SIDA dos gatos” é transmissível aos humanos?

Conhecida como “SIDA dos gatos”, a imunodeficiência felina é, na verdade, uma doença provocada por um vírus diferente do HIV. Mas é possível ser transmitida entre gatos e humanos?

A imunodeficiência felina, informalmente conhecida como “SIDA dos gatos”, é provocada por um retrovírus e pode causar problemas no sistema imunitário destes animais. Nesse sentido, há ainda quem questione se o Vírus da Imunodeficiência Felina (FIV) é igual ao Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) e se a doença que afeta os animais é transmissível aos humanos.

“SIDA dos gatos” é transmissível aos humanos?

sida dos gatos

Em declarações ao Viral, a médica veterinária e professora auxiliar no Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS), Alexandra Müller, começa por explicar que o FIV e o HIV “são vírus diferentes”, cujas doenças associadas “têm cursos também distintos”. Além disso, garante, o vírus da imunodeficiência felina “não é transmissível aos humanos”.

A professora auxiliar do ICBAS acrescenta que o termo “SIDA dos gatos” começou a ser utilizado quando foi descoberto o HIV, pelo facto de o vírus que afeta os humanos pertencer à mesma família do vírus que afeta os animais (os retrovírus). No entanto, sustenta,  este termo caiu em desuso por não ser o mais correto.

Vírus da Imunodeficiência Felina é transmissível entre gatos?

gato ao colo

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Quanto à transmissão do FIV entre gatos, a veterinária sublinha que esta “requer um contacto com secreções ou sangue”, nomeadamente quando os gatos têm lutas agressivas “por território ou acasalamento” das quais resultem “feridas e mordeduras” e  contacto com “sangue infetado”.

Assim sendo, “pode haver vários gatos num agregado a partilhar o mesmo espaço, a mesma casa, o mesmo quintal, desde que não haja interações muito agressivas”, ou seja, “pode haver gatos a conviver com um gato infetado e nunca serem infetados”.

No mesmo plano, Müller lembra que “nem todos os gatos que são FIV positivos (que têm vírus) manifestam doença”, sendo que “alguns deles envelhecem com as maleitas todas do envelhecimento normal”. Por outro lado, “não há sintomatologia específica” para a doença, já que os problemas provocados pela infeção estão “relacionados com o sistema imune”, podendo manifestar-se de modo diferente de animal para animal.

Pela mesma ordem de ideias, o tratamento indicado pelo veterinário “não cura” a infeção, sendo feito à base “de anti-inflamatórios e antibióticos”, ou seja, agindo sobre os sintomas específicos da manifestação da doença em cada gato para “recuperar o bem-estar do animal”.

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Por fim, a médica veterinária recomenda que os tutores de gatos com imunodeficiência felina façam “visitas regulares ao veterinário” e estejam atentos a possíveis mudanças no comportamento dos animais, nomeadamente um súbito desinteresse pela comida. “A chave é um diagnóstico precoce de problemas secundários que possam surgir”, conclui.

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Animais

8 Nov 2022 - 09:29

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